quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

 

                             O espiritismo pode ser considerado religião?

Quando alguém nos pergunta de qual religião somos, respondo sou apenas espírita? Pensei em escrever sobre esse assunto sem querer convencer ninguém sobre o meu pensamento, mas sim contribuir para uma reflexão. Sei que haverá aqueles que discordam, e os respeito profundamente, pois tenho aprendido ao longo da minha experiência terrena que a única verdade vem de Deus, e que podemos mudar nossos conceitos a qualquer momento. Há bastante tempo essa discussão permeia o movimento, com alguns defendendo que o espiritismo é uma religião, outros que é apenas uma filosofia, e outros ainda que o veem como ciência. Mas busquemos nas obras da codificação o que o Mestre Kardec nos diz:

 

O Espiritismo é uma doutrina filosófica que tem consequências religiosas, como qualquer filosofia espiritualista; por isso mesmo, vai ter forçosamente as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas não é uma religião estabelecida, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu, o título de sacerdote ou de sumo sacerdote. (KARDEC, 2016, p. 232).

Com os estudos acadêmicos de Filosofia, comecei a questionar até mesmo essa suposta base religiosa, preferindo não usar essa palavra para designar consequências morais. Um dos pilares dos ensinamentos da Filosofia, defendido pela maioria dos grandes filósofos da história, seria: "não tenha certeza de nada, porque para se chegar próximo da verdade é sempre partindo da dúvida, usando a razão e o bom senso".

Podemos dizer que Kardec foi um grande filósofo, pois para sê-lo não necessariamente é preciso ter cursado uma universidade; basta desenvolver conceitos e defendê-los, trazer algo novo ou melhorar algo que já existe. Primeiro, o mestre lionês nasceu cinco anos depois do término da Revolução Francesa de 1799, nascendo no dia 03 de outubro de 1804. As ideias dos grandes pensadores da época estavam fervilhando. Aqueles que foram responsáveis pelo Movimento Iluminista, como René Descartes, Denis Diderot, Adam Smith, Montesquieu, Rousseau, entre outros, defendiam as ideias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Essas ideias influenciaram significativamente os franceses. Esses pensadores queriam uma maior liberdade política num regime absolutista, liberdade econômica, liberdade religiosa, e o primeiro movimento foi derrubar a Bastilha, que seria o símbolo do absolutismo do rei, uma prisão onde ficavam os desafetos de sua majestade e ali permaneciam até a morte.

A França já havia sido palco de grandes conflitos religiosos. A igreja predominante era o catolicismo, e quando crescia a ideia protestante, houve o massacre da Noite de São Bartolomeu, quando muitos huguenotes, como eram chamados os protestantes, foram mortos, deixando corpos por toda Paris.

Kardec sofreu grande influência desses pensadores. Anos depois, encontramos em Obras Póstumas uma abordagem do lema da revolução, onde Liberdade e Igualdade fazem parte das leis morais e Fraternidade foi o que Jesus veio nos ensinar, vivendo como irmãos, portanto, três palavrinhas cristãs.

Mas voltando às nossas reflexões. Quando Kardec teve contato com a fenomenologia da época, o que o fez estudar sistematicamente, posteriormente denominou que seria uma Doutrina dos Espíritos e não uma religião. Doutrina significa um conjunto de conceitos, conforme o dicionário: um conjunto coerente de ideias fundamentais a serem transmitidas, ensinadas, ideias básicas contidas num sistema filosófico, político, religioso, econômico, etc. Portanto, no que se refere à religião, seriam os conceitos morais, porque a palavra religião nos remete ao dogmatismo inquestionável, rituais e misticismo. Podemos dizer que a parte religiosa seria no sentido de sentimento, mesmo assim não gosto de usar esta palavra, porque acaba afastando pessoas que poderiam dar sua contribuição nas pesquisas, com receio de terem seus nomes ligados às questões místicas e dogmáticas. A doutrina tem como pilares: Existência de Deus; Imortalidade do espírito; Comunicabilidade dos Espíritos; Pluralidade das existências; Pluralidade dos mundos habitados.

Lembro de ter assistido uma palestra espírita do querido Dr. Décio Iandoli, médico formado pela Universidade São Francisco de Bragança Paulista. Enquanto falava de reencarnação, no meio de sua explanação, ele contou que foi solicitado a escrever um artigo para uma universidade, abordou como temática exatamente a Reencarnação. Ele disse ter sido rejeitado e devolvido, porque não queriam ligação com religião, mas a reencarnação não está ligada à religião, e sim a uma lei biológica, natural. Sendo assim, mudou a terminologia para "palingenesia" e o artigo foi aceito. Hoje podemos dizer que tanto a Reencarnação como a mediunidade, já estão sendo estudados em Universidade como: O Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), lançou o inédito “Levantamento Nacional de Casos Sugestivos de Reencarnação na População Brasileira”.

 A Universidade de Virginia, nos EUA, iniciou seus estudos através do renomado psiquiatra Dr. Ian Stevenson, que se dedicou à pesquisa de Memórias Cerebrais Espontâneas, catalogando diversos casos nos quais crianças se lembravam de vidas passadas. Mesmo após o seu desencarne, os estudos continuam. A Psychical Research Foundation, vinculada à mesma universidade, mantém uma revista científica dedicada a todos os aspectos metodológicos da pesquisa que sugerem a sobrevivência após a morte do corpo físico, abrangendo fenômenos parapsicológicos. 

Além disso, há outros estudos sérios no mesmo sentido, como os realizados pelo americano Morris Netherton, doutor em Psicologia, Edith Fiore, Hans Tendam e Roger Woolge, todos dedicados à investigação de vidas passadas através da regressão de memória. Talvez o mais famoso praticante dessa abordagem seja o psiquiatra norte-americano Brian Weiss, autor do best-seller "Muitas Vidas, Muitos Mestres". No livro, Weiss relata inúmeros casos clínicos nos quais a regressão espontânea às vidas passadas resultou em cura imediata para seus pacientes.

Ficou claro porque não gosto de usar o termo religião e defendo, porém a doutrina tem um proposito e ele é pedagógico, como podemos ver:     


Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em consequência do aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja? Assim, poderiam todos os homens acreditar nas manifestações dos Espíritos e a humanidade ficar estacionária. Tais, porém, não são os desígnios de Deus. Para o objetivo providencial, portanto, é que devem tender todas as sociedades espíritas sérias, agrupando todos os que se achem animados dos mesmos sentimentos. Então, haverá união entre elas, simpatia, fraternidade, em vez de vão e pueril antagonismo, nascido do amor-próprio, mais de palavras do que de fatos; então, elas serão fortes e poderosas, porque assentarão em inabalável alicerce: o bem para todos; então, serão respeitadas e imporão silêncio à zombaria tola, porque falarão em nome da moral evangélica, que todos respeitam.

Essa a estrada pela qual temos procurado com esforço fazer que o Espiritismo enverede. A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a humanidade.

Convidamos, pois, todas as sociedades espíritas a colaborar nessa grande obra. Que de um extremo ao outro do mundo elas se estendam fraternalmente as mãos e eis que terão colhido o mal em inextricáveis malhas. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIX, item 350.)

 

            A doutrina é, sem dúvida, um consolo para as nossas almas. Aqueles que se aprofundam em seu estudo, refletem sobre ela e a compreendem, não podem deixar de se empolgar, pois o esclarecimento é exatamente o que precisamos para o conforto da alma e a ferramenta para o equilíbrio moral. A religião é uma invenção dos homens, que sempre foi usada como forma de dominação e aprisionamento. Diferentemente do espiritismo, que nos liberta da ignorância moral, nos dando a responsabilidade de caminhar por nossas próprias pernas. Não existem culpados, não há um Deus que pune, mas está em nossas mãos a construção de um amanhã mais feliz. Vale lembrar que Jesus também não veio fundar uma religião; ele veio apenas como missão para reforçar as Leis Divina, que têm como base o amor, principalmente o amor a Deus e ao próximo como a ti mesmo.

 

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

  

                              Como fazer importante homenagem?

 

A doutrina espírita é uma dádiva para quem a conhece, ela nos consola e conforta tendo por ferramenta o conhecimento que nos possibilita o enfrentamento dos problemas, normais e naturais no estágio evolutivo que nos encontramos.

Hippolyte Léon Denizart Rivail nascido em Leon na França, depois adotou o pseudônimo de Allan Kardec, conhecidíssimo pelo trabalho como grande pedagogo, discípulo de Pestalozzi que administrava seu próprio instituto educacional em Yverdun (Suíça). Rivail  teve vários livros escritos na área da educação, alguns deles usados em escolas e universidades de Paris, outros traduzidos para o Alemão, fluente em pelo menos seis idiomas, bacharelado em Ciência, Letras, Teologia, alguns biógrafos dizem ter ele feito até medicina, reconhecidíssimo pelo seu trabalho pedagógico.  Como membro de muitas sociedades científicas e entre elas a da Academia Real de Arras, no concurso de 1831, lhe coroou uma notável memória acerca da questão: Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?

 Homem intelectual, honesto, integro,  foi sem dúvida um missionário da falange do Espírito de Verdade, que se fez carne para trazer de forma responsável o Consolador Prometido por Jesus. Ele que trouxe uma bagagem de experiências pretéritas possibilitando ser esse missionário e grande mestre,  apagou sua luz de educador pedagógico para ser na época o desconhecido Allan Kardec deixando brilhar a luz da Doutrina dos Espíritos.

Neste mês de outubro em comemoração ao seu aniversário,  os espíritas voltam-se para homenageá-lo, mas a melhor forma de fazê-lo é estudando o que lhe foi conferido pelos espíritos e ele com seu critério científico de experimentação, trouxe à luz os conhecimentos sempre buscando a verdade. Ele tinha além do espírito de um cientista, seu lado filosófico, partido da dúvida para chegar à certeza, conferindo ao Espiritismo uma verdade inquestionável quando nos abrimos a fé raciocinada, do questionamento, do bom senso, e não uma fé dogmática que tem que aceitar sem questionar.

Outra forma de homenagear ao codificador é a responsabilidade de quem faz parte do movimento espírita, sendo fiel ao que ele nos deixou, não que o espiritismo seja uma obra completa, mas progressista,  outras informações virão a seu tempo, porém terá que haver uma universalidade. Não podemos aceitar tudo que nos chega somente por ser via mediúnica, porque até os espíritos podem nos enganar ou médiuns invigilantes que se prestam ao papel de ser instrumentos destes mistificadores.

Embora o número de espíritas tenha crescido, o que nos entristece é ver centros espíritas fechando, trabalhos diminuindo por não quererem mais ter que se deslocarem para o presencial, se acomodando. Não podemos esquecer  do ensino de Jesus da Parábola da Figueira...” homens inúteis, que não colocaram em pratica os recursos que lhe foram dados, serão tratados como a figueira seca”. O trabalho é lei da Natureza, faz parte da lei divina por isso mesmo constitui uma necessidade para nossa sobrevivência e auxilia o desenvolvimento ético-moral do ser humano. Depois da pandemia muitas casas passaram a trabalhar virtualmente, o que podemos dizer que é algo positivo, porém nada comparado ao contato com o outro, a troca de energias. As casas espíritas têm uma equipe espiritual que está pronta a receber e acolher todos que a procuram, e muitas estão fechando as portas por falta de trabalhadores e em outros casos,  dirigentes se  acomodando no trabalho virtual e não querendo estar no presencial.

 

Numa pesquisa feita por especialistas sobre a tecnologia que veio como importante ferramenta e faz parte da evolução, temos que ter um cuidado e um olhar criterioso, porque o virtual nos deixa antissociais e esses estudiosos estão entendendo que o número de intolerância se deve a isso. Hoje nem nos damos o trabalho de ligar e falar com o outro, tudo é pelas redes sociais,  WhatsApp, famílias não se reúnem mais, amigos quando saem não deixam o celular, ficam o tempo todo de olho nele,  não há mais diálogo construtivo.

Sou do tempo que entre amigos combinávamos de ler livros ou assistir filmes e depois se sentar para filosofar, buscar o entendimento de cada um, enquanto hoje o que se vê é discussão, quando alguns querem impor seu pensamento.

Retornando nossa reflexão, precisamos de Jesus, mas nem sempre é fácil entendê-lo, para isso estudar Kardec muito nos auxilia. Podemos dizer que estamos no estágio de já sabermos o que é certo e errado, mas por que nem sempre fazemos como deveríamos de acordo com as leis morais? Porque não basta saber, precisamos é desenvolver sentimentos. O meliante, criminoso, assaltante, agressor, aliás, todos nós sabemos quando estamos equivocados, mas continuamos a ter uma atitude errada porque falta desenvolver responsabilidade, empatia, solidariedade, compaixão, paciência,  humildade  e só com o conhecimento dos ensinos de Jesus tocando nossas almas, refletindo, nos esforçando para domar nossos vícios morais, isso poderá mudar.

Estamos passando por momentos difíceis, delicados, cada vez mais precisamos desses ensinos morais do Mestre, palestras são portas de entradas das casas espíritas, elas não modificam ninguém, embora possa nos esclarecer em algum momento, porém deve aguçar a curiosidade de quem a procura para poder se aprofundar, saber mais, estudar os livros da codificação, participar dos grupos de estudos, trocar ideias e experiências e isso se deve também no presencial, portanto, vamos refletir sobre o trabalho magnifico realizado pelo codificador, e voltemos com todo entusiasmo que se faz necessário, ao trabalho,  fazendo o que o Mestre Jesus espera de nós, dando os bons frutos.

Solicitação especial aos dirigentes de casas espíritas que são verdadeiros prontos socorros espirituais e escolas para a alma, vamos fazer um esforço, unidos no proposito maior de aprender e divulgar a doutrina, acolher aqueles que precisam, vamos ouvi-los, incentivá-los aos estudos e ao trabalho,  porque somente com Jesus à luz do espiritismo conseguiremos enfrentar as adversidades e apesar de não conseguirmos mudar o mundo, podemos dar condições para que ele mude através do esforço individual e coletivo.  Sandra Fiore

 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

 

                               Legalização do aborto

Novamente entrou em pauta no STF a pedido da ministra Rosa Weber, a descriminalização do aborto até 12 semanas, ou seja, 3 meses de gestação, ela é a relatora do caso, porém, conforme Ipec: 70% dos brasileiros dizem ser contra a legalização do aborto.

Vamos aqui usar da razão e do bom senso e analisar tal atitude. Penso que seria mais interessante discutir sobre a prevenção, conscientizar a mulher como poderia evitar uma gravidez indesejável ao invés de abortar, atitude radical, porque um feto de 12 semanas já está totalmente formado e poderíamos dizer, seria assassinato, porém, a vida conforme sabemos, começa no momento da concepção, quando o perispírito se liga ao ovulo fecundado e passa todas as informações necessárias para a formação do novo corpo conforme a necessidade evolutiva do espírito,  e de acordo com a doutrina, a finalidade da encarnação é o progresso.

No caso das informações que seriam passadas às mulheres, não seria apenas para evitar gravidez indesejável, mas ajudar a diminuir os casos de doenças sexualmente transmissíveis que estão voltando com muita força, como:  HIV; Sífilis; Gonorreia; Herpes genital; Hepatite B ou C. Cerca de 827 mil pessoas vivem com o HIV no país, e aproximadamente 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não sabem.

Engraçado que outro dia li uma reportagem onde diziam ter vida em Marte, encontrando “vida microscópica sob o solo daquele planeta”. Então consideram vida (organismos vivos) e descartam um feto como não sendo?

Tomar uma atitude como o aborto é ser extremamente egoísta, individualista, não estão dando ao “ser que está sendo gerado” a chance de nascer, podemos dizer que é uma guerra silenciosa que só tem um lado, o da mãe. Hoje se estamos discutindo esta questão delicada é porque nos deram a oportunidade de nascer.

Porém outra discussão se faz necessário, “saúde pública”, dizem alguns que muitas mulheres chegam a óbito por fazerem aborto em clínicas clandestinas. Mas acham mesmo que sendo em clínicas legalizadas o número de mortes por consequência do aborto diminuirá? Sabemos que qualquer procedimento cirúrgico pode levar pessoas a complicações ou até à morte, e sendo o aborto legalizado aumentando o número de procedimentos aumentam os riscos, sendo assim, estaríamos infringindo uma lei de Deus que possibilita esse risco, além obviamente, de serem responsabilizados pela atitude da morte do ser em questão, a própria pessoa também vinda à óbito, podendo ser considerada um suicida indireto, porque decidiu consciente pela atitude. Quem não lembra do livro Nosso Lar, quando André Luiz foi considerado suicida sem ter tirado a própria vida? Na Argentina o abortamento é legal, no entanto uma jovem morreu no hospital público, diz o Jornal a Gazeta do Povo:  Líder radical morre após aborto legal. Justiça investiga

            Muitas mulheres gritam em defesa do direito de decidir se querem ou não ter filhos, alegando serem donas do seu corpo, concordo, façam o que quiser com ele, mas isso não lhes dá o direito de decidir pela vida do outro, que não tem defesa, mesmo estando no ventre.

A Pesquisa Nacional do Aborto apresentou números alarmantes sobre a magnitude de tal atitude no Brasil: uma em cada 7 mulheres aos 40 anos já o fez– isso significa que 4,7 milhões de mulheres já abortaram. Isso porque no Brasil é crime, imagine legalizado? A mulher que aborta tem entre 18 e 39 anos, é alfabetizada, de área urbana e de todas as classes socioeconômicas, sendo que a maior parte (48%) completou o ensino fundamental e 26% tinham ensino superior, diz a pesquisa. Normalmente mulheres de baixa renda e pouca escolaridade são as que levam a gravidez até o final, prova disso está nas periferias, diferentemente dos grandes centros onde as famílias estão diminuindo.

Não é possível que atualmente com tantas informações e tecnologias às nossas mãos, mulheres não saibam como evitar, como se prevenir, assim como o SUS distribui gratuitamente pílulas anticoncepcionais e preservativos, também é possível marcar para fazer cirurgia para não ter mais filhos. Acontece que falta boa vontade, na hora “H” está bom, porque fazer sexo é prazeroso, mas não se pode ser irresponsável, hoje colocar filhos no mundo exige muita reflexão, preparo para dar a melhor educação, nada lhes faltando, porque tê-los e abandoná-los ou deixá-los a própria sorte, também é irresponsabilidade. Uma criança que não se sente amada, não aprende a amar e poderá, sem uma boa educação, se tornar um ser problemático no futuro.  Caso venha optar por não ter o bebê, preferível dar à adoção. A Justiça do Rio de Janeiro lança campanha sobre importância da adoção legal, caso a mãe não queira o filho; procura o conselho tutelar e quando a criança nasce deixa no hospital e uma família já devidamente preparada, ficaria com a criança. Se nós aceitamos que a mãe mate seu filho que ainda não nasceu, como podemos dizer às pessoas que não matem umas às outras?

Deus nos criou com finalidade de progresso, para isso é necessário a REENCARNAÇÃO. Há cientistas, estudiosos, falando a respeito. Na Universidade de Virgínia (EUA) há pesquisas nesse sentido. Dr. Ian Stevenson, cientista, professor de Psiquiatria, catalogou mais de 3.000 casos sugestivos de reencarnação.  Dr. Brian Weiss, psiquiatra, escritor norte-americano, suas pesquisas incluem os temas reencarnação, terapia de vidas passadas (regressão), e sobrevivência após a morte. Documentário “O grito silencioso” apresentado pelo Dr. Nathanson, médico ginecologista, ex-abortista (EUA), depois de gravar o procedimento de aborto realizado por ele, percebendo que o feto tentava fugir do aparelho sugador, resolveu parar com a prática e trabalhar em favor da vida.

Somente a reencarnação explica as diferenças, se acreditamos num Deus de amor e bondade.  Através de várias vidas, vamos aprendendo, adquirindo virtudes, desenvolvendo sentimentos, aparando arestas com quem nos foi caro no pretérito. Através das experiências sucessivas, progredimos e não podemos impedir o SER de continuar sua jornada.

Nos primeiros anos de vida, muitas crianças têm lembranças do passado ou trazem sentimentos sofridos durante a gravidez. Se fizerem uma regressão de memória em adolescentes ou adultos, eles poderão voltar na época que estavam no ventre da mãe e relatar acontecimento experimentados. Tem uma pessoa do meu convívio que é adotiva, quando tinha 4 anos fez uma pergunta inusitada aos pais, ninguém até então, havia falado que ela havia sido adotada, porém, perguntou a eles. Por que minha mãe verdadeira não me quis? Foi um choque para todos, mas foi neste momento que decidiram contar a verdade, que mãe havia falecido no parto e que embora ela não tenha nascido do ventre, mas Deus a enviou e podem dizer que havia nascido do coração, foram meias verdades, porque ela havia sido abandonada no hospital.

É preciso haver uma conscientização para que haja reflexões, minha posição é clara, sou contra o aborto, temos que valorizar a vida, porque quem não quer filhos, previna-se para não ter que matá-los.

ABORTO Emmanuel através de Chico Xavier

“De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.

É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na face do orbe.

Fácil entender que é assim justamente que nós, os Espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pai, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do amor – do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da Terra para os Céus.

Com semelhantes notas, objetivamos tão só destacar a expressão calamitosa do aborto criminosos, praticado exclusivamente pela fuga ao dever.

Habitualmente — nunca sempre — somos nós mesmos quem planificamos a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos.

Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria.

Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potencias, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje — e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra — inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação. Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões”.

XAVIER, F. C. Vida e sexo. Pelo - Espírito Emmanuel. Cap. 17

·        Brasileiros são contra aborto

https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/09/13/ipec-70percent-dos-brasileiros-dizem-ser-contra-a-legalizacao-do-aborto.ghtml

 

·        Sobre numero de HIV - https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/carnaval-acende-alerta-para-doencas-sexualmente-transmissiveis#:~:text=Atualmente%2C%20cerca%20de%20827%20mil,v%C3%ADrus%2C%20mas%20n%C3%A3o%20o%20sabem.

·        Sobre o numero de aborto no Brasil: https://www.brasildefato.com.br/2023/08/07/aborto-e-evento-comum-na-vida-reprodutiva-de-mulheres-mas-ainda-carrega-estigmas

·        XAVIER, F. C. Vida e sexo. Pelo - Espírito Emmanuel. Cap. 17

·        Jovem na argentina morre ao fazer aborto legal: Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/breves/lider-morre-aborto-legal-argentina-mendoza/

 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

A alma Imortal

 


Para falarmos da imortalidade da alma, necessário antes abordarmos a morte do corpo, assunto tabu, ninguém  gosta de falar de algo que gera desconforto, principalmente quando se pensa que tudo acaba com ela.  Porém a morte do corpo é inevitável, todos passaremos por isso, porém quando se sabe que sobrevivemos a ela, traz alívio, conforto.

A imortalidade da alma é um dos pilares da doutrina espírita, mas não é exclusividade de quem segue o espiritismo, porque muito antes já se falava sobre a sobrevivência da alma após a morte do corpo, apenas Kardec estudou de forma sistemática.

O que nos ensina a doutrina codificada por Kardec é que quando deixamos a matéria retornamos à vida espiritual que seria a verdadeira vida do espírito.

Quando Jesus foi crucificado houve a ressurreição do espírito, ou seja, Ele ressurgiu para a vida espiritual, essa ideia já era aceita pelos Hebreus, tanto que Flavio Josefo historiador e contemporâneo de Jesus, deixa em seu livro “História dos Hebreus” o seguinte:

Ø É verdade que nossos corpos são mortais, porque são feitos de uma matéria frágil e corruptível; mas nossas almas são imortais e participam de algum modo da natureza de Deus.

Há várias passagens nas escrituras  que falam da ressurreição da alma que vem corroborar.

Ø Lucas 20.37: 39  Quanto aos mortos ressuscitarem, Moisés já o mostrou no relato da sarça, no momento em que ele se refere ao Senhor como ‘Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó’. Portanto, Deus não é Deus de mortos, mas sim de vivos, pois para Ele todos vivem”. Então, alguns dos mestres da lei se manifestaram exclamando: “Mestre, falaste muito bem!”

     Outra passagem é quando Maria de Magdala ao buscar a tumba de Jesus e não encontra seu corpo, porém Ele lhe surge trazendo exatamente a realidade da ressurreição do espírito e foi ela, uma mulher que levou a notícia a todos os outros.  Ela com certeza o viu através da sua mediunidade, porque quis tocá-lo, mas ele disse não ser possível porque ainda não havia ido ao Pai, sinal que estava em espírito.

            Os hebreus que tinham consciência sobre imortalidade e transmigração da alma, mas não sabiam como se dava esse processo como ficou claro na conversa com Nicodemos, um doutor da lei que pergunta como é possível um homem velho entrar novamente no ventre de sua mãe?

            Há outra passagem nas escrituras que,  quando Jesus está com Pedro e aos irmãos Tiago e João, no monte, quando o mestre transfigurado, aparecem para eles Moises e Elias.

Essa crença da imortalidade da alma é bem antiga, não se sabe na história quando começaram com essa ideia de que o espírito sobrevive a morte do corpo.

Foram encontrados vestígios a partir do período neolítico (12000 a.C a 4000 a.C) pelos ornamentos, armas, alimentos deixados perto dos mortos.

No Egito Antigo, já havia essa convicção através dos embalsamentos, escrituras, pinturas deixadas nas paredes. Tanto que o figo um alimento importante para os Hebreus, Gregos, Egípcios e os faraós determinavam que deixassem figos secos nas tumbas para alimentarem suas almas na viagem à espiritualidade.

Na Índia também havia a crença da imortalidade da alma,  os Hindus, os Budistas acreditavam na metempsicose, quando a alma poderia voltar em outras formas que não fosse só a humana, como vegetais e animais.  Para os espiritas isso seria um retrocesso, portanto a ideia de metempsicose é uma teoria esotérica.

Grandes filósofos defenderam a imortalidade da alma como Pitágoras, Tales de Mileto, Sócrates, Platão (mundo das ideias), Santo Agostinho, Tomás de Aquino, assim como todos que defendem a reencarnação, acreditam, portanto, na imortalidade da alma. Na França, o famoso autor Honoré de Balzac, escreveu uma novela inteira sobre a reencarnação, Serafita. Nela, Balzac afirma: “Todos os seres humanos passam por vidas anteriores. O escritor Russo  Leon Tolstói escreveu: “Assim como vivemos através de milhares de sonhos em nossa vida atual, do mesmo modo nossa vida atual é apenas um dos milhares dessas vidas nas quais entramos depois de uma outra vida mais real. O americano dos automóveis, Henry Ford, certa vez disse a um repórter de um jornal: “Eu adotei a teoria da reencarnação quando tinha vinte e seis anos”. Ford continuou: “A genialidade é um produto da experiência. Alguns parecem pensar que se trata de uma dádiva ou talento, mas ela é fruto de uma longa experiência acumulada em muitas vidas”.

Não há outra forma de compreendermos a vida futura, a felicidade como espíritos imortais como vivendo as várias experiências corporais.

É muito triste para quem é existencialista, niilista como o caso do filosofo Sartre e sua esposa Simone de Beauvoir, quando ela deixa em um dos seus livros (A Força das coisas)  sua tristeza ao saber que tudo que ela viveu iria acabar com sua morte. A romancista e filósofa entendia a metafísica como uma atitude, bem aos moldes existencialistas. Metafisica é o que transcendem a experiência sensível. É um estudo filosófico iniciado por Aristóteles, que passou a tentar compreender o que chamava de “ser enquanto ser” sem necessidade de intervenção prática.

Como provar a imortalidade da alma.

1.     Manifestação dos Espíritos...como o dia de Pentecostes...Chico Xavier e as várias cartas recebidas com requintes de detalhes dos que já haviam desencarnado.

2.     Materialização dos espíritos....Kate King...Padre Zabeu

3.     Regressão de memória...Dr. Brian Weiss

4.     Memorias extra cerebrais espontânea...Dr. Stevenson e os casos catalogados

5.     EQM – Estado de quase morte

6.     Emancipação da alma (desdobramentos)

Podemos dizer que,  por mais evidencias que possa haver, se não estivermos dispostos a raciocinar, a refletir, a questionar,  buscar resposta logicas, continuaremos na ignorância das coisas espirituais.

 

Sandra Fiore

quinta-feira, 7 de julho de 2022

 

                   Conforme o filosofo Nietzsche, Deus está morto?

A palavra Filosofia é de origem grega, e significa “amor à sabedoria”. Filosofar quer dizer refletir sobre questões fundamentais da vida humana porque quem o faz sente que precisa de uma resposta a essas questões para viver melhor.

Os grandes pensadores da humanidade sempre buscaram respostas para resolução dos problemas e entendê-los. Para isso se faz necessário o filosofar, perguntar, questionar, porque a pergunta certa é possível encontrar respostas logicas, racionais e se aproximar da verdade.

Buscar entender esses pensadores também não é tarefa fácil, a maioria deles foram e são existencialistas, veem somente o aqui e agora, quando para nós da doutrina espírita de tríplices aspectos, sendo uma delas a filosofia, mostrando que somos mais que um simples corpo e os problemas são ferramentas de aprendizagem e nossas atitudes têm a ver com nossa ignorância na escola da vida.

Um dos grandes filósofos foi Friedrich Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844, nascido em Rökken (Prússia, atual Alemanha)

Para Nietzsche, os principais temas abordados por todos os filósofos até o século XIX, como Deus, Ser, Razão, Sentido, Verdade, Ciência, Produção, Beleza, Ordem, Justiça, Estado, Revolução, Família, Demonstração, Lógica, seriam construções, valores morais ocidentais, que domesticavam o homem e anulavam sua criatividade. Os valores do mundo estão, portanto, baseados em nada – a cultura que não supera isso é uma cultura niilista.

Para quem não sabe, niilismo é o nada, é a inversão dos valores vitais pelo cristianismo, tanto que ele pregou a morte de Deus.

Mas meu entendimento sobre o assunto é semelhante ao Prof. Herculano Pires que escreveu:

“Deus está morto”, disse Nietzsche, certa vez. O deus apresentado pelas religiões, este sim, está morto. Morreu por falta de misericórdia, por ausência de amor ao próximo. Morreu por asfixia, mergulhado nos milhões de moedas geradas pela arrecadação criminosa obtida da ingenuidade e da falta de conhecimento. Morreu em cada ritual vazio de respostas, que perpetua a crença de que a crucifixão é nossa libertação (!?). Morreu em cada ser mutilado ou assassinado por balas perdidas ou bombas amarradas ao próprio coração daquele que O busca em desespero. Morreu em cada árvore caída, em cada rio poluído, no superaquecimento do ar que respiramos.

Existe verdade maior? Estamos a matar Deus sempre, com nossos egoísmos, nossos preconceitos, nossas intolerâncias, sem falar do que estamos fazendo com a herança que Deus nos deu, acabando com a natureza e tudo que nela vive.  Portanto, matamos Deus porque Ele está em tudo e em todos, nosso planeta chora por conta das nossas atitudes tresloucadas, nossos irmão choram pelas nossas indiferenças, falta de empatia e compaixão,  somos de certa forma criminosos quando damos aval para que políticos também criminosos que agem na ilicitude, possam continuar agindo dessa forma ou quando aceitamos que possa haver uma legalização ao aborto matando vidas que não podem se defender, quando aceitamos um possível armamento da população e sabemos que o ser humano se desequilibra com muita facilidade, podendo cometer assassinato quando for contrariado.

Até quando vamos continuar a matar Deus? Quando vamos deixar de pensar somente em nós mesmos e nos nossos interesses? Será que um novo enviado de Deus precisará nascer novamente por nós e morrer para ver se acordamos dessa letargia?

                Ainda estamos na infância espiritual, precisamos entrar na adolescência para termos mais entendimento e responsabilidade, senão vamos continuar a sofrer nossas consequências equivocadas.  Que venha logo o mundo de regeneração para experimentarmos o que seria viver em fraternidade e sermos mais felizes.

domingo, 24 de abril de 2022

 

       Valorização da vida e o suicídio na infância

            Falar de autoextermínio nem sempre é uma tarefa fácil. Aliás, falar em morte de forma geral é sempre um tabu. Embora sejamos espíritos milenares, já tendo passado por várias encarnações, distanciando-nos de alguém que amamos, ainda assim não conseguimos aceitar esse acontecimento. Imagine, então, quando se trata de alguém que poderia continuar entre nós e resolveu desistir da vida física! Quem resolve cometer o suicídio, normalmente, está enfrentando uma dor imensurável e vê no autoextermínio a solução. Entretanto, sabemos que esse não é o melhor caminho. O ideal é buscar solução para os problemas que estão vivenciando. Na verdade, não querem se matar, mas matar a dor que estão sentindo.

            Conforme a OMS a causa maior do suicídio é a depressão e ela é uma doença e, como toda doença, precisa ser diagnosticada e tratada. Infelizmente muitos não aceitam estarem doentes e pensam que a tristeza vai passar, até se esforçam; porém sem o devido tratamento com remédios fica difícil a cura. É necessário dizer como é importante a ajuda da família nesses casos. 

            Nosso cérebro é um órgão complexo e a depressão, uma enfermidade caracterizada por marcantes alterações de humor, por uma longa e profunda tristeza que afeta, negativamente, a maneira pela qual a pessoa vê e sente a própria realidade, tornando tudo mais difícil e dimensionamento ampliado. Fatores químicos estão envolvidos como a falta de alguns hormônios como endorfina, oxitocina, dopamina e serotonina, mas existem muitas possíveis causas para essa desarmonia como vulnerabilidade genética, eventos estressantes da vida, medicamentos. É sempre importante investigar.  

            Hoje há meios de descobrir e tratar tais doenças. O que falta, muitas vezes, é a sensibilidade de perceber que alguém próximo de nós está precisando de ajuda; infelizmente vivemos num mundo onde predomina o individualismo, o egoísmo e nos voltamos apenas a nós mesmos, sem falar que algumas pessoas mascaram seus sentimentos, tornando-se difícil descobrir e orientar. Temos que fazer um grande esforço, ficarmos atentos para podermos ajudar.  Chico Xavier sempre dizia aos que com ele conviviam que, quando nos envolvemos com a dor alheia, a nossa fica menor.

            A taxa de suicídios entre homens é maior do que entre as mulheres, talvez isso se dê por conta da não aceitação da doença, por ser vista por alguns como fragilidade, fraqueza, podendo afetar sua masculinidade, sua virilidade e o suicídio seria para os fortes.  

              Entre jovens de 15 e 29 anos, é a segunda causa morte no mundo, assim como crianças em tenra idade, que também se suicidam com fatores desencadeantes: discussão com os pais, problemas escolares, isolamento, rejeição dos colegas, bullying, perda de entes queridos, mudanças significativas na família, como separação dos pais. Quando não estão preparados para essa situação, ficam perdidos e se sentem abandonados, excluídos.

            Muitos ficam assustados quando se fala que uma criança cometeu suicídio, mas, como vimos, muitos fatores podem contribuir para que possam perder o interesse pela vida. Como espíritas não podemos descartar as influências espirituais, inimigos do passado. Sabemos que não é porque é criança que não sofram tais assédios, o corpo pode ser de uma criança, mas o espírito já teve muitas existências e conquistou, ao longo das vidas sucessivas, amigos, mas também muitos inimigos.

            Os pais têm que ficar atentos ao comportamento dessas crianças, dos jovens, participar mais da vida deles, assim como precisam se sentir amados, queridos, porque isso será fundamental para também aprenderem a amar. Não é a quantidade de tempo que passamos juntos com nossa família, mas a qualidade dele. Ao estarmos com ela, precisamos demostrar nossos sentimentos, dar-lhe atenção.

Portanto, as oportunidades estão aí, em estar próximo daqueles que amamos e aproveitar para fortalecer os laços que nos unem. Não adianta bater o arrependimento, quando alguém parte de retorno à espiritualidade e ouvimos pessoas dizerem que não tiveram tempo de demostrar seus sentimentos ou dizer o que gostariam de terem dito. O que precisamos fazer é dar muito amor, carinho, enquanto estão conosco.

            Como os transtornos mentais e os possíveis suicidas podem dar alguns sinais, fiquemos atentos às alterações que possam apresentar:

·         Dores de cabeça frequente; Tristeza ou alteração do humor; Perda de interesse ou prazer nas atividades habituais; Dificuldade na tomada de decisões; Insônia ou Sonolência; Perda do apetite ou Apetite incontrolável; Cansaço frequente, fadiga; Falta de concentração; Autoestima comprometida; Sentimentos de desespero com choro constante; Isolamento e Pensamentos suicidas

A melhor maneira de enfrentar os problemas é falando sobre o assunto, falar também sobre a imortalidade da alma, porque a maior decepção de quem tira a própria vida é se ver vivo.  Buscar ajuda de profissionais e, se possível, fazer tratamento espiritual que muito auxiliará o médico da Terra no tratamento mais adequado, além de ajudar no afastamento dos inimigos espirituais e na educação da própria alma do encarnado, que pode estar sofrendo por inúmeras razões, desequilibrando-se e adoecendo. A fé que alimenta a esperança nos fortalece diante das adversidades, possibilitando-nos o enfrentamento da dor, diminuindo o sofrimento, porque a dor é inevitável; no entanto, o sofrimento é opcional. No caso das crianças, os pais devem levá-las à evangelização infantil, adolescentes e jovens à Mocidade Espírita. A formação do caráter em bases cristãs é muito importante.

Precisamos ter empatia, porque ela pode salvar vida, aprender a ouvir o outro, dar carinho, atenção, porque, sem dúvida, o melhor remédio que podemos dar é o amor e saber ouvir é um ato de amor.

A vida é o maior bem que Deus nos deu e a beleza dela pode mudar nossa história. Valorizemos a vida, porque viver é sempre a melhor opção.

Sandra Fiore